“Se todo animal inspira ternura, o que houve então com os homens?” (JGR)
quarta-feira, 7 de maio de 2025
Andradas - UFJF - 81
“Se todo animal inspira ternura, o que houve então com os homens?” (JGR)
domingo, 27 de abril de 2025
Crônica: Elas e eu.
quinta-feira, 24 de abril de 2025
Crônica: III ENE
"Caminhando e cantando e seguindo a canção..."
(**) FAFICH Facukdade de Filosofia e ciências Humanas / Universidade federal de Minas Gerais
segunda-feira, 21 de abril de 2025
“Primeira Epístola de Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes - aos ladrões ricos”
quarta-feira, 9 de abril de 2025
Poema: "Mãe dos Silenciados"
Eu caminho, de dia e de noite, sob sol ou luar frio.
Levo nas mãos o peso de uma maleta e no peito a fé,
Porque sei que ali, além do horizonte de poeira,
Alguém me espera com os olhos cheios de esperança.
Encontro faces que o tempo esculpiu com paciência infinita,
Guardando histórias que nem o vento ousa levar.
Suas mãos, gastas de lidas e rezas, seguram as minhas,
E naquele toque, sem palavras,
Eu entendo que sou parte de algo maior.
A criança magrinha, olhos brilhantes de gratidão,
Me abraça com força, como se dissesse: "Não me esqueça".
E eu não esqueço.
Guardo no peito cada sorriso puro,
Cada abraço que se faz remédio para mim também.
As noites em claro me ensinaram a orar diferente.
Não peço menos trabalho, peço mais força.
Porque enquanto o mundo dorme, eu estou acordada,
Pensando no choro abafado de um paciente ao lado,
Na mãe que não desgruda da beira da cama.
Chuva, lama, frio cortante.
Eu e meu companheiro no meio do nada, sem farol que alcance.
Mas Deus abre caminho onde não há estrada,
E ali, no meio do escuro,
O chamado de socorro se transforma em missão.
Não nego que meu coração já se apertou muitas vezes.
Na pressa de salvar o mundo, às vezes não salvo a mim mesma.
Minha filha espera por mim, e eu sei.
Sei do tempo que lhe devo, do colo que ficou vazio,
Mas espero que ela entenda que meu amor também é caminho.
E quantas vezes a lágrima veio escondida,
Por ver que minhas mãos não eram suficientes,
Que o tempo, às vezes, anda mais rápido do que eu.
Mas Deus me deu olhos de ver além,
E é nesse além que repouso minha confiança.
E Ele também me mostra milagres.
Vi olhos fechados se abrirem de novo.
Vi quem perdeu o fôlego, de repente, respirar.
Vi o sorriso voltar ao rosto cansado,
E nesses instantes, eu sou apenas gratidão.
Cada paciente é um livro aberto,
Páginas que leio com o coração atento.
Histórias de perdas, amores, medos e coragem,
E eu, sem perceber, me torno personagem,
Porque cada uma dessas histórias também me escreve.
Sou ponte entre o esquecimento e o cuidado,
Entre a solidão e o toque humano.
E mesmo quando penso que nada mais posso fazer,
Um par de olhos me olha e diz: "Obrigado, doutora".
E esse "obrigado" me refaz inteira.
Os olhares que ninguém notou.
Sou ouvida no silêncio, vista na escuridão,
Porque não há dor que se esconda de um coração atento,
E eu estou lá, mesmo quando ninguém mais está.
Mas sei que, lá no interior de cada paciente,
Ficou um pedaço meu.
E, dentro de mim, levo cada um deles também.
Porque ser médica não é só profissão,
É costurar o amor no silêncio das madrugadas,
E ouvir, ao longe, a voz de Deus dizendo:
“Vai, eu estou contigo.”
Fotografias: arquivo pessoal de Dra Márcia. (Caminhos por onde percorri enquanto médica atuante na Saúde Pública)
Mas quem é dra Márcia M. F. Valadão?
Ela mesmo é quem responde conforme abaixo:
"Ao longo do meu caminho, aprendi que mundos inteiros se revelam nas entrelinhas da vida — nos gestos contidos, nos silêncios que gritam, nas meias palavras, nas marcas do tempo gravadas no rosto e nas mãos. Meu olhar repousa sobre essas sutilezas com reverência, como quem reconhece ali a presença do sagrado. É daquilo que muitos não veem que extraio sentido, beleza e verdade. E ao transformar essas percepções em palavras, busco tocar outras almas com a mesma delicadeza com que a vida me toca."
terça-feira, 1 de abril de 2025
Poema: Nós
a sabedoria tão procurada
estaria tão só
dentro de nós.
domingo, 23 de março de 2025
Fábula: Pelos sete mares
Eram os tempos das enxurradas defronte a minha casa. Pulei para dentro de um barquinho de papel manilha cor de rosa. Solavancando nos obstáculos da terra dura agarrei-me nas bordas do meu barquinho.
segunda-feira, 17 de março de 2025
Pequena crônica: Anistiei-me
quarta-feira, 12 de março de 2025
Fábula: Latões
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Crônica: Um velho menino
domingo, 2 de fevereiro de 2025
Poesia: Um amor adormecido
o piar dos passarinhos
o farfalhar das folhas
o cheiro da terra molhada
Sobre a mesa o café fumegava
Uma mensagem chamou atenção
“Bom dia meu amor adormecido”
Ela abriu os olhos
Acordou sem as rugas do tempo
Sorriu sozinha
Virou menina outra vez
02/02/02025
Fotografia: Lisboa (Portugal), gentilmente cedida por um amigo