Mesmo antes de Julho começar vou me lembrando dos vários aniversariantes do mês, e eles são muitos, incluindo eu, é claro. Amo o inverno e ainda mais meu mês e signo.
No dia 10 é o dia do aniversário da minha tia e madrinha Teté, dona de mãos de fada com as rosquinhas trançadas feitas com leite e sal amoníaco, mãos de fada com as artes dos bordados e com as costuras finas (vestidos de noivas maravilhosos).
E neste dia 10 de julho meu coração apresentou o melhor desempenho dinâmico diante de tudo que ele viveu e sofreu:
- Pressão arterial, ECG, Holter, exame de esforços físicos (função cardiorrespiratória), tudo perfeito - meu cardiologista certamente ficará surpreso e orgulhoso diante de tais resultados.
Pois bem, não foi sem motivos para que isto se acontecesse. Na noite do dia 9, dormi estarrecida com a notícia acerca do documento enviado por aquele homem do topete louro esquisito, empossado presidente dos EUA. O “documento” enviado - postado em sua rede social? – ao presidente Lula desconcertou os sites progressistas e os jornalistas de esquerda que acompanho diariamente. O “tarifaço”, cobrança de 50% sobre os produtos brasileiros exportados àquele país, mexeu com os ânimos de todos nós que amamos nosso país e nossas riquezas.
As redes sociais inflamaram seus discursos de apoio ao nosso presidente e ao nosso país. Logo ficou claro que tal “tarifaço” não passava de uma afronta à soberania nacional, uma chantagem travestida de diplomacia dirigida aos nossos poderes instituídos. Bem assim, “ou o Brasil anistia o ex-presidente que não era coveiro nem nada juntamente com todo seu gado preso pelo ataque à nossa democracia no dia 8 de janeiro, ou pagarão 50% de suas exportações”.
A manifestação marcada para o dia 10 de julho em favor da taxação dos mais ricos fazendo justiça social e contra a jornada de trabalho 6x1, insuflou ainda mais. Um tiro no pé do clã Bolsonaro. O filho 01, Eduardo, vivendo lá naquele império decaído, lá nas trevas do Tio Sam, vem traindo sua pátria, fazendo fofoquinhas baratas contra nossa gente e nosso presidente. Vale lembrar que o dito filho ainda está deputado federal no congresso brasileiro.
“O presidente dos EUA que vai para os quintos dos infernos” bradou nosso combativo Ivan Valente.
Nossa gente de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e tantas outras cidades brasileiras deram o tom pela soberania nacional.
E muitas emoções tomaram conta do meu coração.
Não bastasse isso, logo cedo, uma foto enviada por um vizinho colocou meu coração à prova novamente. Era a foto do meu projeto de uma bibliotecazinha comunitária instalada em seu ponto comercial. Ali entre maravilhosos móveis rústicos criados e executados por suas mãos, e a de seus ajudantes, entre lindos objetos de decoração em madeira e entre um charmoso Café, as margens da MG 040, que a os livros foram colocados. São livros que venho buscando aqui e acolá para estarem à disposição de quem assim o desejar. Podem ser levados e trazidos de volta ou podem ser trocados por outros ou levados e ficarem com quem quiser.
Este projeto surgiu há dois anos, logo depois que voltei da minha viagem à Nova Zelândia, quando fiquei entusiasmada com a possibilidade de implantar pequenas bibliotecas comunitárias na cidade onde moro conforme vi espalhadas por lá. Aquela que não foi uma viagem turística senão a viagem de uma avó saudosa do netinho que mudou para lá.
Assim que voltei coloquei mãos a obra e busquei parceiros e doações de livros. Minha casa encheu-se de caixas de livros. Os amigos acolherem minha ideia. Enquanto procurava local para ser instalada, enchia meu carro de livros e saía distribuindo-os pelas praças, Unidades Básicas de Saúde, pontos de ônibus, etc, aqui em Mário Campos, com a ajuda do colega do Pilates.
E o local para receber minha casinha de livros estava bem perto de mim. Um vizinho, fazedor de belos móveis, cheio de ideias e cheio de ideais, bem a frente de seu tempo, acolheu a bibliotecazinha. A filha e o filho ajudando e desenhando flores nos entornos da casinha.
Ainda não consegui vê-la. Estou poupando meu coração. Daqui a pouco irei lá.
Alguém quer ir lá comigo? Alguém quer doar um ou mais livros para nossa biblioTequinha?
Precisamos botar nossos blocos na rua, distribuir nossos versos pelos ares, colocar nossos poetas e escritores nas mãos de nossa gente. Quem sabe assim aprendemos mais ainda sobre o fato de que nossa soberania não será leiloada, não será trocada por anistia a usurpadores das nossas leis, nem será ultrajada. Nosso Brasil é muito maior do que eles pensam.
E fui lá hoje. A casinha cheia de livros está bem defronte aos olhos dos fregueses e passantes. Espero que alguns deles abram suas portinhas e aventurem na leitura de um deles.
Finalizando, convido vocês a conhecerem a loja dos Móveis Rústicos, o Café Amanhecer na Roça II e a nossa pequenina casinha dos livros. Se quiser traga um livro para doar e leve outro e viaje com as histórias e faça muitos voos nas palavras.
Abraços contagiantes.
13/07/2025
Agradecimentos:
Denis que, com seu carro, circulava comigo pelas ruas da cidade distribuindo livros e sorrisos.
Luiz Claudio, escritor e poeta de Belo Horizonte, que nos doou mais de cem livros. (Há quase dois anos)
Luíz Antônio da Silva, grande pedreiro, marceneiro, eletricista, mecânico, artista das mãos. Foi ele quem fez a casinha da nossa biblioTequinha.
Neuza Lima, Rosângela, Leni da Matta, Raquel Perini, colegas e escritoras, junto comigo na Oficina de Escrita Criativa do OAP/UFMG, doadoras de livros.
Elias Mariano, moveleiro, proprietário do espaço cedido para colocação da casinha dos livros.
Luana e Leandro, filhos do Elias, que me ajudaram na pintura e arrumação da casinha.
Fabrício e Diana do gostoso espaço Amanhecer da Roça II onde está instalada a casinha de livros.
Etc, etc.
A todos vocês nosso Muito obrigada.
13/07/2025
Observação: caso queiram fazer algum comentário, coloque seu nome no final do mesmo. Ok?
Ato dia 10 de julho, Pça da estação, B.H.
Parabéns pelo seus contos Obrigada por nos ensinar tanto irei conhecer a casinha de histórias e magia
ResponderExcluirBom saber que meus livros doados foram parar em lugar tão mágico. Valeu Rivelli.
ResponderExcluirNeuza Lima
Rivelli amei a crônica, realmente ou nos posicionamos ou as decisões na nossa casa não serão nossas.
ResponderExcluirO projeto da biblioTéquinha é maravilhoso, falta contar aonde é para que de repente quem não mora em Betim possa ir conhecer.
Obrigada por existir menina brilhante.
Ana Maria Marton.
Ana, muito bom saber que você gostou. A biblioTequinha fica pertinho da minha casa na região do Funil, em Mário Campos, quando vier na minha casa iremos lá conhecê-la e tomar um café. Ok?
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