Hoje, durante meu café da manhã, um tucano veio me visitar. Ele chegou bem próximo a mim. Certamente queria compartilhar meu pão com café. Fiquei pensando na riqueza de nossa flora e de nossa fauna.
Lembrei que nos últimos dias fomos surpreendidos com moças batendo de porta em porta fazendo perguntas sobre nossa região.
Nossos grupos de whatsap logo acenderam as luzes e várias perguntas foram feitas dentro de nós.“Onde há fumaça, há fogo” pensei cá comigo. Cheguei a ser indelicada com as entrevistadoras recusando responder às perguntas. Elas que nada tem a ver com a serventia daquilo. Estavam apenas trabalhando. Peço desculpas.
Nascemos aqui ou escolhemos estas ricas terras para morarmos.
Nossas Minas Gerais vem sendo assoladas, por garimpeiros e mineradores desde sempre, em busca dos metais preciosos, ouro, ferro, manganês e, mais recentemente, o nióbio, além das nossas maravilhosas pedras preciosas incluindo nossos diamantes. Todas essas riquezas extraídas das nossas terras são exportadas para Europa, Ásia e para o império estadunidense onde brilham nas joalherias e nos museus ou onde nossos minérios são beneficiados retornando para nós a preços exorbitantes.
Quem de nós exibe relógios dos nossos ouros ou outras joias das nossas pedras preciosas? (Ainda bem que nosso sotaque “mineirês” foi, atualmente, reconhecido como um dos mais belos do mundo).
Nós, os mineiros, ficamos com os buracos nas nossas serras, com nossos rios secos e contaminados, com as erosões em nossas terras, ficamos também com vários tipos de doenças incluindo as graves doenças da pele ou aquelas que matam lentamente como as doenças pulmonares. Ficamos com os trabalhos insalubres e com a pobreza de nossa gente.
Nesta semana ouvimos burburinhos de reuniões dos herdeiros das terras desejadas pelas mineradoras. Obviamente que surgiram “pulgas atrás das orelhas”. Eu, particularmente, me entristeci. Considero que nossas maiores riquezas não advêm daquilo que conseguimos adquirir com o “vil metal”. Sempre me lembro de um grande parlamentar mineiro lançar questionamentos sobre as mineradoras predatórias que destroem nossas terras, ficam com o lucro e deixam feridas abertas por onde passam. Diz ele que é necessário rever nossas políticas ambientais senão das nossas Minas Gerais sobrará apenas seu nome. Lembro também de uma bióloga dizer que existem trabalhos científicos mostrando que não haveria mais necessidade de minerar nosso planeta uma vez que todo o minério já extraído, caso fosse reciclado, resolveria esse sério problema com a Terra. Lembro também do nosso querido líder indígena, Airton KrenaK, ambientalista, sociólogo, filósofo e escritor ao dizer que
“Governos burros acham que a economia não pode parar. Mas a economia é uma atividade que os humanos inventaram e que depende de nós. Se os humanos estão em risco, qualquer atividade humana deixa de ser importância. Dizer que a economia é mais importante é dizer que o navio importa mais que a tripulação.”
Nós, os mineiros, ficamos com os buracos nas nossas serras, com nossos rios secos e contaminados, com as erosões em nossas terras, ficamos também com vários tipos de doenças incluindo as graves doenças da pele ou aquelas que matam lentamente como as doenças pulmonares. Ficamos com os trabalhos insalubres e com a pobreza de nossa gente.
Nesta semana ouvimos burburinhos de reuniões dos herdeiros das terras desejadas pelas mineradoras. Obviamente que surgiram “pulgas atrás das orelhas”. Eu, particularmente, me entristeci. Considero que nossas maiores riquezas não advêm daquilo que conseguimos adquirir com o “vil metal”. Sempre me lembro de um grande parlamentar mineiro lançar questionamentos sobre as mineradoras predatórias que destroem nossas terras, ficam com o lucro e deixam feridas abertas por onde passam. Diz ele que é necessário rever nossas políticas ambientais senão das nossas Minas Gerais sobrará apenas seu nome. Lembro também de uma bióloga dizer que existem trabalhos científicos mostrando que não haveria mais necessidade de minerar nosso planeta uma vez que todo o minério já extraído, caso fosse reciclado, resolveria esse sério problema com a Terra. Lembro também do nosso querido líder indígena, Airton KrenaK, ambientalista, sociólogo, filósofo e escritor ao dizer que
“Governos burros acham que a economia não pode parar. Mas a economia é uma atividade que os humanos inventaram e que depende de nós. Se os humanos estão em risco, qualquer atividade humana deixa de ser importância. Dizer que a economia é mais importante é dizer que o navio importa mais que a tripulação.”
Devemos sempre ter em mente que “recursos naturais” não são renováveis, um dia eles acabarão.
Que pensemos sempre sobre nossas vidas que devem estar acima de quaisquer bens financeiros.
Mas eu só queria falar das minhas caminhadas por nosso Funil quando deparo com belezas tantas que meus olhos ficam extasiados e meu coração feliz. Nestes tempos de mangas por todo o Funil, há o aroma das muitas espécies por todo trajeto. Neste tempo há flores colorindo nossos caminhos. No Funil existem muitas mercadorias que não se compram e nem se vendem como a tranquilidade, o silêncio, a segurança, nossas minas d´água, nosso Córrego do Vinho com suas histórias, nossas lendas e tradições, nosso subsolo e toda gente que nasceu e cresceu aqui.
É importante que nos perguntemos que lugar queremos deixar para nossos filhos e netos.
Também é importante lembrarmos que a cidade de Mário Campos é a segunda menor cidade, em extensão territorial, do estado de Minas Gerais e que, apenas uma mineradora, ocupará a quinta parte deste território.
Então uma pergunta se impõe: “O Funil sobreviverá aos impactos ambientais de uma ou duas mineradora?”
As soluções quando sonhadas e compartilhadas são soluções enriquecedoras.
Sábado, 13/01/2024
Mas eu só queria falar das minhas caminhadas por nosso Funil quando deparo com belezas tantas que meus olhos ficam extasiados e meu coração feliz. Nestes tempos de mangas por todo o Funil, há o aroma das muitas espécies por todo trajeto. Neste tempo há flores colorindo nossos caminhos. No Funil existem muitas mercadorias que não se compram e nem se vendem como a tranquilidade, o silêncio, a segurança, nossas minas d´água, nosso Córrego do Vinho com suas histórias, nossas lendas e tradições, nosso subsolo e toda gente que nasceu e cresceu aqui.
É importante que nos perguntemos que lugar queremos deixar para nossos filhos e netos.
Também é importante lembrarmos que a cidade de Mário Campos é a segunda menor cidade, em extensão territorial, do estado de Minas Gerais e que, apenas uma mineradora, ocupará a quinta parte deste território.
Então uma pergunta se impõe: “O Funil sobreviverá aos impactos ambientais de uma ou duas mineradora?”
As soluções quando sonhadas e compartilhadas são soluções enriquecedoras.
Sábado, 13/01/2024