João Vira-Fumou fumaça de cigarro de chuchu e deu uma grande gargalhada olhando para o buraco das formigas por onde elas saíam carregando água e entravam secas.
João Vira-Comeu uma flor de lírio e foi colocar seu smartfone de molho com sabão em pó no tanque da casa da sua avó.
A seguir João Vira-Passou a mão num bife sobre a mesa, colocou-o no bolso e despediu da família. Precisava de dinheiro para voltar para república onde morava com os amigos da faculdade de direito na capital.
Texto 2-
Texto 3-
João e Maria
Foi logo depois de comer a tal flor de lírio, botar o bife no bolso e sair de casa que João se enveredou pelas ruas da pequena cidade. Já se fazia tarde. Caminhou até o jardim com os olhos que nem duas bolas azuis de gude. Não via nada. E os tais olhos azuis nem serviam para cricar uma na outra já que o nariz as separava.
- Boa noite João. Como estão seus pais? Se aconchegue que vou lhe trazer uma soda limonada para curar esse desvario. E como andam os estudos lá na capital?
-Tão indo Sô Adib. Tão indo.
Era tudo de que João não queria falar. Adorava a roça, os cavalos, as plantações de frutas e as “criações” como a mãe dizia das galinhas, dos porcos e das poucas cabeças de gado. De doutor ele nem queria saber. Queria ser que nem o pai, fazendeiro.
E foi pensando assim que nem viu Maria-toda-prosa entrar no bar. Aqueles olhos verdes na pele morena, o sorriso estampado no rosto e o jeito maroto da jovem logo chamaram a atenção do semiacordado.
- Você vai pra capital e esquece as amigas? Maria-toda-bela foi logo perguntando.
- Não vai me dizer que você é aquela menina que brincava comigo?
Pois eram amigos de infância.
Nesta hora Sô Adib olhou para eles e foi logo dizendo:
-Aqui e em qualquer outro lugar é só conversa! Nada de namoro que os olhos são quase iguais e quem sabe o sangue também!
Foi assim que Mariazinha-a-esperta descobriu com quem sua mãe havia se deitado entre as capoeiras da mata na fazenda.