quarta-feira, 29 de outubro de 2014

ERA UMA VEZ...


           
                    ...UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR


   Era uma vez uma rua nova num bairro que, de tão velho, tinha o nome de Museu.
   
   Ali viviam muitas famílias, também novas, com seus filhos.
   
   A rua, sempre ao entardecer, se enchia daquelas crianças e seus coloridos. Cantavam, brincavam, brigavam e cresciam.

   Depois, a Rua ganhou nome, e seus moradores se tornaram adolescentes.
Então começaram os namoricos. Alguns permitidos e outros  proibidos.

   Um menino chamado Carlinhos apaixonou pela vizinha. Filha única da costureira. Ele era ainda muito jovem, mas já sabia o que queria.

   A moça, amiga da outra vizinha, tinha um nome diferente e diferente era seu jeito.
   
   Luiziane, era assim que se chamava.

   Ela bem que gostou do rapaz mas não sei o que aconteceu que não deu em namoro.

   A obediência aos pais era a regra.

  Carlinhos cresceu mais um pouco; estudou e passou no primeiro concurso de gente grande. Agora virou importante.

  A mocinha sumiu do mapa daquela rua.

  Um dia a irmã do moço pediu para levá-la à praça. Queria passear e, quem sabe, ver também o seu amado.

  Lá se foram os irmãos dar voltas na praça da cidade no domingo a noite.

  A irmã queria comer pastel. O bar era logo ali. Entraram. E, logo ali, apareceu a fada encantada do irmão.

  Ela, a mocinha dos amores de Carlinhos, estancou seu olhar no dele.
A irmã viu tudo e não teve dúvidas: o cupido lançou sua flecha e enlaçou o destino dos dois jovens.

  Namoro. Noivado. E aquela rua assistiu o casamento mais esperado do ano.

  Logo veio o primeiro filho e a moça virou mãe.

  Carlinhos virou pai.

  E os dois, viviam muito felizes.

  A moça que naquele tempo, era tão jovem ainda, virou uma  mãe muito brava. Às vezes tremia as mãos de tanto nervoso. Ainda bem que, nestas horas, Carlinhos ficava mais doce do que já era.

  Outras vezes a Tia Luiziane  ficava tão boazinha que a meninada ia toda para a casa dela. E todos amavam dormir lá e esperar o café da manhã que ela preparava com todo carinho.

   Vai entender as mulheres...


   O tempo passou mais um pouquinho e aquela moça foi se tornando mulher, dona de casa e fiel companheira.
    
  Então veio uma filha e ela virou mãe de novo.


  Se o primeiro filho era um anjinho como o pai, agora veio uma menina danada que nem a mãe nos dias de braveza.

   E, aos 25 anos, Luiziane já era mãe de família.

  Mas, como nem tudo são flores, Luiziane chorou muito quando viu sua mãe costureira morrer subitamente. Do coração.

   Então cuidou com esmero do Tio tão querido. E mais uma vez chorou muito quando seu tio se foi.

   Mas ela não sabia o que estava por vir.
  
  Um dia a tal irmã do Carlinhos perguntou-lhe quais seriam seus planos para o futuro. Ela emudeceu. Ficou ferida.

  Passado algum tempo voltou a estudar. Formou e foi trabalhar. Os filhos cresceram e foram para outra cidade.

  Ela também criou asas e voou bem alto.

  Mas o ninho daquele casal continuou  recebendo muitos filhotes.

  Agora, Luiziane e Carlinhos voltaram a namorar.


  A rua onde eles moravam ficou velha mas ainda floresce em toda primavera.

  Acho que eles continuarão felizes para sempre...




quinta-feira, 23 de outubro de 2014

AGORA




                                         AGORA


                                    Ai de mim que não me encontro
                                 E, se me encontro, ai de mim.



                                                                                    23/10/2014

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

CLARICE


   Uma menina dividida.

   Duas pessoas

   habitantes de um só corpo

   A outra o avesso da uma.

   Às vezes doce e mansa,
   noutras amarga e feroz,


   Dedicada companheira,
   algumas vezes.


   Atroz inimiga,
   noutras vezes.


   Numa noite adormece
   cantante angelical.


   Na manhã seguinte
   felina no ataque.


   Noutra noite perita,
   desvenda mistérios.


   Noutro dia frágil
   chora por pequena dor.


   É assim minha filha.

   E eu a amo assim...



  ...e para quem não sabe, VPCCCP = Velhinha Pequena Caduca Cheia de Caspa e Purguentona. E era assim que o irmão lhe chamava durante as brigas fraternas.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

EU, MINHA HISTÓRIA E ELA

   Nasci no ano de 1957, numa pequena cidade da Zona da Mata Mineira, Brás Pires, onde vivi meus primeiros anos de vida, sendo a quinta filha nascida viva de uma família que teria mais dois filhos vivos, depois de mim.

   Assim como milhares de brasileiros nascidos naqueles anos cinquenta, filhos e filhas de famílias pobres, vivi no corpo e na alma privações substanciais.

   Vi outras crianças morrendo de inanição e febre. Vi adultos morrendo de amarelão por parasitoses.

   Vi pais chorando às escondidas pelos filhos jovens saindo de sua terra em busca de vidas melhores na tão grande São Paulo.

   Vi crianças, jovens e adultos, acometidos por picadas de cobras venenosas, aranhas ou escorpiões, aguardando o "êxito letal" por falta de condições financeiras para o deslocamento até o soro salvador.

   Chorei junto com os parentes cujos filhos, maridos, namorados ou mães foram exilados para Barbacena como loucos e, de lá, jamais voltaram.

  Vi muita coisa triste... e chorei por todas essas coisas.

  Não entendia porque tantas diferenças entre as pessoas. Umas muito ricas e outras muito pobres. Perguntava a Deus porque Ele, "Pai de Todos", tratava seus filhos de maneiras tão desiguais. Passei a brigar e desconfiar desse Pai.

  Por tudo isso, desde cedo  soube o que queria do meu país  e me perguntava o que  poderia fazer para minimizar tamanhos estragos. 

  Sonhava com uma sociedade com direitos iguais, com assistência à saúde para todos.

  Então, acatando os conselhos do meu pai, decidi estudar. Era o caminho escolhido, embora quase impossível naqueles tempos.

 Em Conselheiro Lafaiete (MG), para onde fui morar com meus pais, frequentei escolas públicas e vivi ao lado dos excluídos e oprimidos.
  
  Já na Universidade,  não  suportei assistir crianças morrendo nas Santas Casas de Misericórdia ou Hospitais-Escola, separadas de seus pais. E pais não tendo dinheiro para enterrar seus filhos. Vi mulheres morrendo por infecções generalizadas após abortos realizados por "papa-anjos" ou por clínicas clandestinas.

 Vi professores universitários perseguindo colegas por crenças religiosas, modos de vida e preferências sexuais

 Ouvi a senha passada ao pé do ouvido na fila do restaurante universitário:  “A Dita está debutando hoje. Ao meio-dia cantaremos para ela”. 

  Era o dia 31 de março de 1979, 15 anos do regime militar. O Exército já estava nas ruas. Nunca soube como cheguei em casa.

  O tempo foi passando e eu cada dia entendendo menos, sobrevivendo às diferenças e atenta aos rumos do meu país.

  Em 1980 trabalhei, enquanto estagiária bolsista no CHPB (Centro  Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena), e ali aprendi o que não deveria ser feito como assistência psiquiátrica aos portadores de doenças mentais.

"Os Porões da Loucura” deixaram marcas por todo o meu ser. Ali nasceu uma permanente, embora tímida, lutadora pelos direitos e tratamentos dignos às pessoas portadoras de sofrimentos mentais.

 Neste mesmo ano assisti o nascimento de uma estrela que trazia em seu brilho tudo aquilo que eu sonhava para o meu país. Fiquei encantada e abrilhantada. Mesmo que de longe.

 A Constituição de 1988 não teve como não instituir o SUS com suas diretrizes de atendimento universal, igualitário, regionalizado, hierárquico e integral. Era uma conquista da sociedade que vinha se organizando desde os longos anos sombrios da ditadura.

 Em 1993  tive a honra de participar do primeiro ano do primeiro governo de esquerda na cidade onde ainda vivo, Betim – MG, e trabalhar na efetivação de políticas públicas e "ousar implantar o SUS".

 O Partido dos Trabalhadores promoveu gigantescas transformações estruturais nas áreas de habitação, segurança pública, transporte coletivo, educação e a mais completa promoção à Saúde em sua competência municipal. Esse governo estabeleceu um importante marco divisor na história político-administrativa de Betim.

 E Betim, ainda hoje, vem sendo premiada por serviços implantados naquela gestão. Infelizmente, tenho assistido atualmente, o desmonte de vários destes projetos com a administração do PSDB.

 Devo dizer que não enriqueci nestes 33 anos de incansáveis trabalhos junto aos serviços públicos de saúde. As políticas salariais do estado, a cargo de governos de direita, e há 12 anos com o PSDB, estancaram nossos salários com graves retrocessos nos Planos de Cargos, Carreiras e Salários.

Entretanto, minha riqueza  fora outra. Ganhei como cidadã brasileira, ajudando na construção de um país mais justo, humano, com possibilidades iguais e direito à assistência à Saúde conforme sonhei desde meus tempos de menina.

Certamente minha história não é diferente daquela de milhões de brasileiras e brasileiros que votaram em Lula e em DILMA, "sem medo de serem felizes" e com esperanças de um país mais justo e sem miséria.

Sou as várias DILMAs: do Nordeste, da Amazônia, do Centro-Oeste, do Sul, do Sudeste e das nossas Minas Gerais.

Para aqueles que ainda não me conhecem, meu nome é Maria do Rosário Nogueira Rivelli, tenho 57 anos, sou médica formada pela Faculdade de Medicina da UFJF, psiquiatra pelo Instituto Raul Soares - FHEMIG e pós-graduada em Saúde Mental Pública pela Fundação Nacional de Saúde em convênio com a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais.

Atualmente aguardo tempo para me aposentar, com missão cumprida e  alma lavada. Agora retomo meus estudos em psicanálise, onde aprendi que o sistema capitalista exclui os sujeitos de seus discursos.

Para aqueles que me conhecem, nada de novo senão minha alegria pela eleição de Pimentel (PT) para o governo de Minas.

E para todos, a certeza de que  o povo brasileiro, assim como eu, desejamos continuar sonhando com nossa estrela chamada DILMA.

Abraços a todos.




terça-feira, 7 de outubro de 2014

CARONAS EM DIAS DE FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

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Morávamos em repúblicas diferentes naquela época, embora sempre estivéssemos juntas. Tínhamos um laço mais que de primas, éramos grandes e inseparáveis amigas. E muita cumplicidade havia entre nós. Eu cursava o primeiro ano de medicina numa universidade federal e ela estudava psicologia numa faculdade particular.
   Era chegado outubro, o mês da festa do Rosário na minha terra natal, uma pequena cidade, também localizada na Zona da Mata Mineira. O acesso viário era muito difícil, além de estar a quase 200 km de onde estudávamos. As estradas eram de terra, precárias e não havia linhas de ônibus para lá. Mesmo que houvesse tais transportes, não seria possível viajar neles uma vez que não tínhamos dinheiro. Entretanto, quanto maiores as dificuldades, maior era nossa vontade de ir àquela festa tão esperada pelo gentio de lá e pelo gentio ausente.



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Lucinha nem dormiu na semana anterior à nossa viagem. Decidimos ir de carona. Havíamos combinado tudo. Eu já era mestre em pedir caronas, sabia quilometragens entre as cidades, quais carros fariam os percursos mais rápidos, quais entroncamentos seriam mais fáceis para a próxima carona, quais assuntos abordar e por ai afora. Minha prima ficava admirada da minha sabedoria e só ficava ao lado, atenta a tudo.

Bem, naquele ano a festa era especial não só para mim. O dia da padroeira, 7 de outubro, cairia no domingo e eu estava enamorada de um moço. Fiquei sabendo, não sei como, que ele estaria no ônibus alugado pelos conterrâneos que moravam em Santo Amaro. Ele já morava em São Paulo havia alguns anos. Eu o achava muito bonito e inteligente. “Um bom partido”, como era costume dizer.


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O sol já ia alto e ainda não tínhamos percorrido nem a metade do trajeto. A fome dava no estômago. Alguns motoristas nos deixavam no meio do nada. Continuávamos andando a pé, procurando frutas nas cercas, bicas d’água, uma venda... Os olhos sempre fixos na estrada. De vez em quando minha prima me lançava um olhar e perguntava: "Tá longe ainda?” Eu, dona de mim, continuava na  habitual tranquilidade de especialista em geografia e em caronas.

Mochilas nas costas, pão com manteiga e alguns trocados para o retorno até as repúblicas considerando que voltaríamos de carona até bem perto. Lá vamos nós nas primeiras horas da manhã de um sábado. 


Lucinha, uma menina criada para ser princesa, ficava rindo de nervoso e eu tomava as rédeas de nossa aventura. Decidi que pegaríamos o trevo novo em direção a Ubá, bem distante do centro da cidade. Ali passavam mais carros naquela nossa direção. Dito e feito e logo já estávamos dentro de um confortável veículo automotor.

Os motoristas admiravam o fato de sermos universitárias e acabavam sendo simpáticos, às vezes ofereciam um café ou até mesmo nos levavam a pontos estratégicos para as próximas caronas. Afinal a cidade era longe e, quando mais afastávamos da grande cidade, mais escassas ficariam nossos prováveis benfeitores. 


A festa na minha cidade já devia ter começado naquela manhã. Eu adorava ver a dança dos congadeiros e ouvir aquele ritmo que retumbava no coração. Certamente N. Senhora do Rosário não iria faltar conosco. Eu não parava de andar. Já havíamos passado por Tabuleiro do Pomba e por Rio Pomba . Ubá estava próximo. Logo estaríamos na estrada de terra. O asfalto ficaria para trás.

Faltavam ainda 70 quilômetros. Estávamos chegando próximo a um trecho de serra, um pedaço da Mantiqueira. De um lado o barranco e, do outro, despenhadeiros. Eu olhava aquele nosso próximo desafio. Nenhum carro aparecia. 


Ainda estávamos numa baixada quando, de repente, aparecem na nossa frente abelhas africanas enxameantes. Eu tinha certeza que eram africanas. O zumbido ensurdecedor e a nuvem negra dominava toda largura da estrada. Nas margens, apenas árvores e cercas. E agora? Então apelei a Nossa Senhora do Rosário, dona da festa e minha xará. Voltamos correndo no sentido contrário da nossa viagem, desesperadas. Eis que, por milagre da minha apelação, surge lá um fusquinha branco todo empoeirado.


Nós duas pulamos na frente do tal veículo e pedimos socorro. A mulher do moço fez cara de pouca conversa. Só queríamos atravessar aquele perigo.  Esqueci de dizer que eu já era alérgica a picadas de inseto. Nem me fale de uma abelha africana. Atravessamos aqueles temíveis insetos. Havia abelhas em torno de todo o carro. Passados o susto e a cara feia da mulher do homem, descemos do carro junto com nosso estômago que agora já devorava o delgado. 


Ainda faltavam duas cidadezinhas, Divinésia e Senador Firmino, antes do nosso destino. Apenas 40 km. Carro de boi, cavalo, charrete, agora pegaria qualquer trem que andasse naquela direção.

Enfim chegamos em Brás Pires. Pedi minha tia e madrinha que nos acolhesse na casa paroquial. Ali ela ditava todas as ordens dos preparativos para receber os padres e vários políticos importantes, onde os primeiros enriqueceriam as cerimônias religiosas e os segundos trariam prestígio. 


Eram aguardados mais de quarenta convidados para as refeições e alguns, os mais importantes, também hospedavam ali. Havia muitas cozinheiras e arrumadeiras, devotas de Nossa Senhora, que faziam aquilo em fervor e um cantinho garantido no céu.


Meu Tio era o Padre anfitrião daquela grande festa.


Acomodadas num dos quartos debaixo da casa, matamos a fome com muita quitanda com café e nos colocamos à disposição da minha tia para algum serviço. Então saímos para a rua. Era nas ruas que tudo acontecia. Era preciso não descuidar dos arranjos para as caronas da volta. Eu preocupava e me ocupava com tudo.

Muitas pessoas andavam nas poucas ruas e se apinhavam na praça da minha cidade. As pessoas rezavam e entoavam hinos religiosos numa demonstração de fé. As cores fortes vestiam as rainhas e suas princesas nas procissões, reinados e coroações. O som e as danças da Guarda do Congo eram o que eu mais gostava. Imaginava aquele país tão distante coroando seus reis e suas rainhas negras em meio aos batuques dos tambores.

Mas tinha também o moço que tanto eu queria ver. Onde ele estaria? Se eu era sábia para as viagens, minha prima era pura esperteza nos namoros. Lá estava ela já em prosa com um rapaz e me trazendo notícia do Bento. “Ele veio sim e está na casa do tio dele”. Meu coração acelerou e pude sentir meu rosto quente.

A noite chegou trazendo mais encontros das pessoas que continuavam chegando de cidades próximas ou até mesmo retardatários de São Paulo e do Rio de Janeiro. E pequena não fora aquela noite para tantas outras festas, outros ritmos musicais e muitos namoros. Havia jovens para tudo quanto era gosto. Ríamos, cantávamos e rezávamos também. Nada estragaria aqueles encontros. Os amores estavam no ar e abençoados por Nossa Senhora. A noite já ia alto e logo começariam a chegar os homens para a adoração do Santíssimo.

E a madrugada chegou muito depressa. Decidimos esperar a alvorada, quando a banda local com seus músicos geniais, entoavam hinos e louvores a N. Senhora na praça da matriz.

Aos poucos eles iam chegando com seus instrumentos e se colocavam em frente à casa paroquial. Começado o som metálico daquela banda da minha cidade, os lá de dentro abriam as janelas para a saudação. Jamais esquecerei aquelas cenas. Todos os integrantes daquela corporação musical eram conhecidos. Meu pai sempre fora um deles e desfilava garbosamente para orgulho dele e de todos nós.

Findada a alvorada era hora de voltarmos para nossas acomodações. Chamei minha prima e, sorrateiramente, entramos na casa do Padre. O café logo seria servido. O sol acabara de nascer. Era necessário sermos bem discretas, se possível nem sermos vistas. Afinal ali era uma casa santa onde também estavam meus pais. E minha tia que não era nada fácil.

Subimos a escadaria de madeira, pé ante pé e, logo na grande sala do café, encontramos minha Tia com sua calmaria e um sorriso. 
Tomei-lhe a benção e ela nos disse:

"Vocês levantaram cedo. Tomem o café e vão para a cozinha. Tem lá um saco de batatas para vocês descascarem e picarem pra maionese do almoço”. 


E foi para lá que nos dirigimos.



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Betim 26 de fevereiro de 2014