...UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR
Era uma vez uma rua nova num bairro que, de tão velho, tinha o nome de Museu.
Ali viviam muitas
famílias, também novas, com seus filhos.
A rua, sempre ao entardecer, se enchia daquelas crianças e
seus coloridos. Cantavam, brincavam, brigavam e cresciam.
Depois, a Rua ganhou nome, e seus moradores se tornaram
adolescentes.
Então começaram os namoricos. Alguns permitidos e
outros proibidos.
Um menino chamado Carlinhos apaixonou pela vizinha. Filha
única da costureira. Ele era ainda muito jovem, mas já sabia o que queria.
A moça, amiga da outra vizinha, tinha um nome diferente e
diferente era seu jeito.
Luiziane, era assim que se chamava.
Ela bem que gostou do rapaz mas não sei o que aconteceu
que não deu em namoro.
A obediência aos pais era a regra.
Carlinhos cresceu mais um pouco; estudou e passou no
primeiro concurso de gente grande. Agora virou importante.
A mocinha sumiu do mapa daquela rua.
Um dia a irmã do moço pediu para levá-la à praça. Queria passear e, quem sabe, ver também o seu amado.
Lá se foram os irmãos dar voltas na praça da
cidade no domingo a noite.
A irmã queria comer pastel. O bar era logo ali. Entraram.
E, logo ali, apareceu a fada encantada do irmão.
Ela, a mocinha dos amores de Carlinhos, estancou seu olhar
no dele.
A irmã viu tudo e não teve dúvidas: o cupido lançou sua
flecha e enlaçou o destino dos dois jovens.
Namoro. Noivado. E aquela rua assistiu o casamento mais
esperado do ano.
Logo veio o primeiro filho e a moça virou mãe.
Carlinhos virou pai.
E os dois, viviam muito felizes.
A moça que naquele tempo, era tão jovem ainda, virou uma mãe muito brava. Às vezes
tremia as mãos de tanto nervoso. Ainda bem que, nestas horas, Carlinhos ficava mais doce do que já era.
Outras vezes a Tia Luiziane ficava tão boazinha que a
meninada ia toda para a casa dela. E todos amavam dormir lá e esperar o café da
manhã que ela preparava com todo carinho.
Vai entender as mulheres...
Então veio uma filha e ela virou mãe de novo.
E, aos 25 anos, Luiziane já era mãe de família.
Mas, como nem tudo são flores, Luiziane chorou muito
quando viu sua mãe costureira morrer subitamente. Do coração.
Então cuidou com esmero do
Tio tão querido. E mais uma vez chorou muito quando seu tio se foi.
Mas ela não sabia o que estava por vir.
Um dia a tal irmã do Carlinhos perguntou-lhe quais seriam
seus planos para o futuro. Ela emudeceu. Ficou ferida.
Passado algum tempo voltou a estudar. Formou e foi
trabalhar. Os filhos cresceram e foram para outra cidade.
Ela também criou asas e voou bem alto.
Mas o ninho
daquele casal continuou recebendo muitos
filhotes.
Agora, Luiziane e Carlinhos voltaram a
namorar.
A rua onde eles moravam ficou velha mas ainda floresce em toda primavera.
Acho que eles continuarão felizes para sempre...
Acho que eles continuarão felizes para sempre...
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