sexta-feira, 16 de maio de 2025

Mais uma carta para meu neto do outro lado do planeta

                               



Boa noite Dudu,

Aqui ainda é de manhã, viu?

Todos esses dias tenho sentindo muitas saudades de você, da sua mãe e do seu pai. Mas as saudades de você são infinitamente maiores, você sabe não é?

Quando vi você, pela internet, jogando seu novo jogo, aquele de construções de escadas, prédios e com uns buracos muito legais, minhas saudades aumentaram ainda mais. Quero ver bem de pertinho, sentada ao seu lado, você arquitetando todas aquelas construções. Como é mesmo o nome do jogo?

Mas hoje quero dar notícias aqui do sítio. Estamos no outono, como aí também, e são tempos das frutas cítricas. O pé de limão-capeta está até tombando de tão pesado. O novo pé de limão-galego, o que eu mais gosto, está começando a dar alguns limões. A laranjeira e o pé de mexerica estão bem devagar. Acho que eles estão precisando de fertilizantes, o tal do NPK que é Nitrogênio, Fósforo e Potássio. Já comprei e o Cornélio vai adubar na próxima semana.

Mas um galho da jabuticabeira resolveu dar suas frutas neste mês, frutas temporonas. Os passarinhos e eu saboreamos todas elas. Estavam deliciosas.

O abacateiro continua crescendo muito, mas neste ano ele deu poucos frutos que caíram no chão e os tucanos aproveitaram.

As bananeiras resolveram encher o terreiro dos seus cachos. Contei sete deles perto da cerca da casa do João Lucas. E, por falar no João Lucas, ele está sempre perguntando que dia você estará aqui.

Dudu agora quero saber como está você. Tem brincado bastante com seus novos amigos da escola e dos escoteiros? Como foi o acampanhamento aos arredores da cidade onde você mora?

Também quero te contar que fiz uma viagem maravilhosa na cidade de Andradas, no sul de Minas. A cidade fica no meio de muitas montanhas e tem plantações de uva que são chamados de vinhedos, e muita fabricação de vinhos. Tem também plantios de café que são exportados para todo mundo, até para Nova Zelândia. E lá eu conheci o Luca, ele tem oito anos e é neto do meu amigo Raimundinho, de Muriaé. Conversei bastante com ele e falei de você. Ele mora na cidade de Vitória e veio com os pais dele para participar do nosso encontro e ver os avós dele.

Acho que vou parar de escrever senão você vai cansar e nem vai querer continuar a ler minha carta.

Um abraço do tamanho do Brasil para você e uma lambida no cangote.

E me ligue para eu ver você jogar, ok?

Amo você do tamanho do Oceano Pacífico.

Até...

         Sua vovó Zarinha do lado de cá da Terra.

Mário Campos, 16 de maio de 2025



Observações: 
-Caso queiram fazer algum comentário não esqueçam de de se identificarem. 

Fotografia de abertura: aeroporto de Confins, meu filho, minha nora e meu neto, Eduardo, voltando para Nova Zelândia.



                                                Meu pé de café

                                                                                                      




Luca e o vovô Raimundinho


Tamareira plantada em julho de 2022. Dizem que ela só dará frutas daqui a 60 anos. Vamos esperar para ver?



                                            Mamoeiro




Chaveiro que nosso colega de Andradas deu para todos nós, seus convidados.

                                

8 comentários:

  1. Prima, que carta mais linda! Apropriada para uma criança e reflete todo o AMOR dessa avó maravilhosa. Não sei se aguentaria ficar distante dos meus... Se estou aqui, morro de saudade da neta de Brás Pires, minha Manuela, aí vou pra lá e passando uma semana já estou com o coração ❤️ apertado pelos netos daqui, Sofia, Davi e Laura. Desafiador ficar longe deles. Quando estiver um pouco triste venha ficar conosco, eu empresto meus netos um pouquinho. Beijos minha linda!!!

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    1. Obrigada Teresa. As saudades realmente me deixam sem lugar. Só as escritas para me aliviarem um pouquinho. Abraços p você, seu neto e suas netinhas.

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  2. Que maravilha de carta, tão singela e poética. Viajei junto com o seu neto nessas árvores e frutos do seu sítio.

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  3. Rivelli adorei seu conto...
    Saudades de neto é coisa séria. O meu, Antônio, de 5 meses apenas, voltou pra São Paulo anteontem e eu já estou sem chão...
    Que tenhamos forças.

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