Conselheiro Lafaiete, 30 de julho de 2018
Meu tão caro amigo
Não pense você que, após a decisão de colocar um ponto final na nossa história, eu não teria mais pensado em nós.
Tanto meu corpo quanto minh'alma viajamos nestas semanas por muito longe. Em nenhum momento deixei de pensar no amor que não soubemos viver.
Por lá tudo eram flores e, aos coloridos das cidades e dos campos, juntei os restos que sobraram de nós. Posso lhe garantir que o saldo foi positivo.
Quantos encontros furtivos. Quantos risos embriagados dos licores de nossos corpos. Quantas palavras ditas no frenesi dos nossos atos! Quanto de um está impregnado do outro!
Não pense você que desisti do amor. Não! Se é o amor que toca minha vida, como hei de deixá-lo à margem?
De ti ficaram o sorriso aberto, as palavras geniais, as mãos precisas.
Certamente fiquei inteira para ti. Jamais poderá me esquecer.
Não guardo mágoa ou rancores. E é isto que mais me assusta: não sofri ao te dizer adeus. Pelo contrário: tomei-me de vota de ti. Estou de novo dona de mim.
Agora é hora de viver novos amores. E outros amores haverão de me encontrar colorida e feliz.
Então boas novas para ti também.
Um amor que se vai.
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