Mais uma viagem-surpresa pelos arredores de Invercargill. Sentada no banco de trás na melhor companhia que poderia ter, meu neto, lá fomos nós por uma estrada quase vazia. Às margens, por todas as planícies, só víamos ovelhas. Depois de alguns quilômetros começaram a aparecer pequenas colinas e mais ovelhas.
- "Aqui dá pra fazer tobogãs" era Dudu pedindo ao pai que acelerasse o carro para sentir o prazer dos movimentos descendo os morros com velocidade elevada. Mas nada que pudesse ser comparado aos “tobogãs” da Avenida do Contorno em Belo Horizonte. Entretanto qualquer prazer seria louvável naquelas estradas nas pradarias.
Em poucos minutos pude ver aquilo que eu pensava ser o mar. Estávamos no encontro de um rio com o mar na cidade de Riverton. Do lado esquerdo águas azuis. Do lado direito águas azuis. Atravessamos uma estreita e comprida ponte já dentro da cidade.
A partir de então meus olhos se deliciaram com as charmosas casas nas encostas à nossa direita e o mar à esquerda. Logo à frente um parque infantil beirando o mar.
-"Vovó, ali tem tirolesa" e Dudu, esbaforido, foi saindo do carro e correndo para descer pendurado numa corda sobre a areia. O vento e o frio cortavam na pele do rosto. Dudu nem se importava. Ali estavam algumas mães com seus bebês, bem agasalhados, em carrinhos caminhando pela areia da praia. Alguns surfistas enfrentavam pequenas ondas, muitas pedras, água gelada e ventanias. Após muita brincadeira e querendo continuar brincando no parque, Dudu aceitou continuar viagem margeando o mar.
Entramos por um caminho sem asfalto, quase deserto, quando avistamos a imensidão do Oceano Pacífico cujas ondas vinham arrebentar-se nas pedras bem próximas ao caminho. Avistamos uns dois carros estacionados nos cantos da estrada arenosa. Era o final do caminho. Francisco me chamou para subirmos uma trilha até um mirante. Dani e Dudu ficaram explorando as pedras aonde as águas chegavam. Disseram que haviam visto um leão marinho morto estirado sobre as pedras.
Com meu filho me ajudando por alguns obstáculos e acidentes na trilha, chegamos ao mirante. Então pude ver o oceano do jeito que tanto queria ver. Lembrei-me de como os navegadores descobriram que a Terra era redonda e que não cairiam numa de suas margens caso ela fosse plana. Dali do alto poderíamos avistar um navio cargueiro se afastando da Ilha e, ao invés de ir diminuindo de tamanho como era de se esperar com a Terra plana, ele iria deixando de ser visto mas abaixando em sua altura.
Por alguns instantes fiquei imaginando os
colonizadores anglo-europeus chegando com suas embarcações ainda em meados do século XIX. Os povos “maori” já ali se encontravam desde não se sabe quando, vindo das ilhas polinésias em busca de terras férteis e seguras contra ataques de outros povos da Polinésia conforme foi contando por Dani. Falou também que Riverton foi uma das primeiras cidades da Nova Zelândia e que ela tem edifícios da época colonial hoje tombados pelo patrimônio histórico da Nova Zelândia. Estava explicado o fato de ter visto algumas construções com arquiteturas diferentes das atuais e alguns sobrados bem antigos.
A fome apertou e voltamos pra cidade para procurar lanches. Nenhuma lanchonete ou restaurante. Era tarde de domingo. Só água por todos os lados. Nesta hora veio o sabor de sabonete que senti ao comer o arroz colorido no restaurante do alto do penhasco em Queenstwon. “Alguns países asiáticos, como a Tailândia, usam lavandas para temperar o arroz”, havia explicado Dani que é uma grande conhecedora dos sabores.
Voltamos famintos e felizes com o passeio por mais uma cidade às margens do Pacífico. E eu bastante agradecida pela surpresa e pelas informações relatadas.
Voltei a Riverton outra vez em companhia da minha nova amiga santista, Ana, com seu marido, Koca, e Patrícia, sua nora. Fizemos os mesmos trajetos. Não havia tanto frio nem tanto vento. Koca desceu nos pedregulhos e nos mostrou as imensas algas marinhas trazidas até ali pelas marés. Li nas placas, em sua maioria com nome Maori que, aquela região é a baia Taramea onde são realizados vários esportes marinhos e terrestres.
Na volta Patrícia descobriu o Café Colombo às margens do rio que nos pareceu estar sendo inaugurado naquela manhã de sexta-feira. Caminhamos até o quebra mar para ver de perto as águas salgadas se encontrando com as águas doces.
Só ao procurar informações sobre a cidade de Riverton me dei conta de que havia entendido tudo errado acerca do nome da cidade que, por ser em inglês, pensei estar subentendido que a cidade tinha o nome do rio. Oh! my god! Pois bem, ali está o estuário formado pelos rios Aparima (antigamente chamado de rio Jacob) e Pourakino que se encontram com o mar formando um belíssimo e grandiosos estuário.
Em 1998 o nome oficial da cidade passou a ser Riverton / Aparima. E gostaria de voltar outra vez em Riverton. Amo rios com seus cursos e estuários assim como amo as histórias dos povos.
A fome apertou e voltamos pra cidade para procurar lanches. Nenhuma lanchonete ou restaurante. Era tarde de domingo. Só água por todos os lados. Nesta hora veio o sabor de sabonete que senti ao comer o arroz colorido no restaurante do alto do penhasco em Queenstwon. “Alguns países asiáticos, como a Tailândia, usam lavandas para temperar o arroz”, havia explicado Dani que é uma grande conhecedora dos sabores.
Voltamos famintos e felizes com o passeio por mais uma cidade às margens do Pacífico. E eu bastante agradecida pela surpresa e pelas informações relatadas.
Voltei a Riverton outra vez em companhia da minha nova amiga santista, Ana, com seu marido, Koca, e Patrícia, sua nora. Fizemos os mesmos trajetos. Não havia tanto frio nem tanto vento. Koca desceu nos pedregulhos e nos mostrou as imensas algas marinhas trazidas até ali pelas marés. Li nas placas, em sua maioria com nome Maori que, aquela região é a baia Taramea onde são realizados vários esportes marinhos e terrestres.
Na volta Patrícia descobriu o Café Colombo às margens do rio que nos pareceu estar sendo inaugurado naquela manhã de sexta-feira. Caminhamos até o quebra mar para ver de perto as águas salgadas se encontrando com as águas doces.
Só ao procurar informações sobre a cidade de Riverton me dei conta de que havia entendido tudo errado acerca do nome da cidade que, por ser em inglês, pensei estar subentendido que a cidade tinha o nome do rio. Oh! my god! Pois bem, ali está o estuário formado pelos rios Aparima (antigamente chamado de rio Jacob) e Pourakino que se encontram com o mar formando um belíssimo e grandiosos estuário.
Em 1998 o nome oficial da cidade passou a ser Riverton / Aparima. E gostaria de voltar outra vez em Riverton. Amo rios com seus cursos e estuários assim como amo as histórias dos povos.
Observação: por favor, assinem os comentários para eu saber quem são vocês. Obrigada
Fotografias: arquivo pessoal
Esses registros maravilhosos ajudarão muito na construção da memória do Dudu. Imagina ele ler isso daqui a 20, 30 anos. Que delícia. Abs Consolação Magalhães. Não consegui registrar no blog
ResponderExcluirAmando as histórias dessa viagem tão significativa!
ResponderExcluirSó o arroz com lavanda que não vou querer...hahahah
Que lindo, Rivelli! Você me fez sentir um pouco lá! Senti até um arrepio de frio. Muito bacana! 👏👏👏❤️🤝
ResponderExcluirEsqueci de colocar o meu nome. Ainda estou com frio... Abraços. Cássio (Brumadinho).
ResponderExcluirSuas aventuras são muito prazerosas!
ResponderExcluirQue legal Rivelli, fiquei pensando nos deleites da sua viagem, além das companhias, tantos lugares novos e histórias.
ResponderExcluirUm abração, muito bom acompanhá-la!
Rivelli, adorei, como todas as outras. Que legal esta viagem. Conhecer lugares longínquos, tão diferentes de nosso canto é uma aventura. E tudo isso com Dudu junto, o que faz ficar mais delicioso. Parabéns. Vai sair o livro das crônicas? Beijos. Kathia Pimentel
ResponderExcluirLinda, como tudo que você escreve!
ResponderExcluirQue delícia de lugar, e que delícia de descrição...
ResponderExcluirQue paseio encantador, Rivelli! Feliz por você! Bjos. Rogeria Kalil
ResponderExcluirObrigada por todos os carinhosos comentários. e fica o convite para conhecerem este distante e belíssimo país.
ResponderExcluirValeu Rivelli . To viajando com vocês .!
ResponderExcluirQue lindo! Poético,.fui sentindo e percorrendo junto os caminhos. Fantástica essa capacidade literária de ir conduzindo eeenvolveendo
ResponderExcluirAdorei. Poético. Envolvente.
ResponderExcluirAguardo o conto da visita ao Inhotim com a Ana e o Koca.
ResponderExcluirVocê foi longe ! Obrigada por ter compartilhado suas aventuras e ter despertado o desejo de um dia conhecer aquelas terras e águas.
ResponderExcluirGraça Generoso
Incrivel tia. Fico imaginando as cenas com seus relatos tao detalhados. Amooo!!!!♥️
ResponderExcluirOi querida. Como ê bom ver, ouvir e sentir isso de você que me deu um filho tão lindo e carinhoso assim como VOCÊ. Beijos. Espero ainda ir dessa vez com você. Com carinho e muito amor .Chico Lages. Seu eterno admirador.
ResponderExcluirFoi um passeio delicioso em sua companhia, e nos divertimos c as confusões do computador no café! 😂 Bjos, Patricia
ResponderExcluirQue recordação! Incrível!
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