Ontem, dia 20 de fevereiro, foi um dia muito especial para mim. Fui conhecer o Centro de Memória e Ação em Hanseníase "Luiz Verganin" localizado na antiga Colônia Santa Isabel, em Betim. O espaço foi construído sobre as ruínas de pedra de um antigo pavilhão onde eram internados e segregados, compulsoriamente, as pessoas portadoras de "lepra" como a doença era chamada.
Fora ali que iniciei minha carreira como psiquiatra em 1984 e aonde fiquei até meados de 2003.
Foram 19 anos de muito trabalho e, mais ainda, de grandes aprendizados.
Foram 19 anos de muito trabalho e, mais ainda, de grandes aprendizados.
Na visita fui recebida por Mara, da ONG (alemã) DAHW, que, carinhosa e entusiasticamente, me falou do referido Centro, seu percurso até ali e a inauguração prevista para o próximo mês de março.
O espaço está lindo, amplo, com histórias vivas, com um acervo de peças que contam sobre os diversos tratamentos da Hanseníase em Minas e no Brasil.
Minha estadia foi curta, mas muito intensa. Um filme de dezenove anos passou pela minha cabeça. Revivi momentos ímpares enquanto uma mera médica num lugar de pessoas extraordinárias.
O espaço está lindo, amplo, com histórias vivas, com um acervo de peças que contam sobre os diversos tratamentos da Hanseníase em Minas e no Brasil.
Minha estadia foi curta, mas muito intensa. Um filme de dezenove anos passou pela minha cabeça. Revivi momentos ímpares enquanto uma mera médica num lugar de pessoas extraordinárias.
Obrigada Mara. Obrigada Vila. Obrigada e parabéns a DAHW
No Museu existe nomes dos Pacientes antigos que morou alguns anos e de quem viveu ate falecer ?
ResponderExcluirPois gostaria de descobrir, pois sei que minha avó morou aí,filho dela e meu avô até falecer e minha mãe.
Só minha avó saiu daí mesmo com hanseníase e o filho e minha mãe e ficou meu avô por parte de mãe.Meu avô por parte de Pai não sei se chegou viver aí ou faleceu antes de minha avó ir morar aí!
Boa noite Maria, sugiro a você que entre em contato com o Centro de Memória, conforme endereço no texto, e procure informações. Certamente você encontrará sua história passando por ali. Um abraço
ExcluirMeu avô por parte de mãe viveu na colônia só fiquei sabendo ,quando meu irmão mais velho falou que mãe foi no enterro do pai dela . Minha avó por parte de mãe também viveu na colônia mesmo ainda com a doença conseguiu sair de lá! Meu pai viveu no Preventorio e minha mãe depois ela foi para orfanato em Mário Campos ajudar lá.Eu gostaria de saber mais sobre a história verdadeira ,pois mesmo sendo neta de pessoas com hanseníase e como minha vó viveu conosco existia uma grande descriminação. Meu pai era muito severo só de falar nós obedecia,ele não gostava que nós levassem pessoas em nossa casa ,creio que o que ele passou no Preventorio ele passou pra nós. Por sermos pobres tiamos pouco ,eu não tinha amizade pois sempre era a última opção se acontecer de ser chamada para ir na casa de alguém não podia sentar e como se fosse a família toda contaminada . Quando fui pra escola era quieta, mas sempre levava castigo ,regrada ,puxão de orelha e fica de pé em frente a parede para piorar ainda antes de acabar o ano já me prometia bomba eu sei que não conseguir estudar ser alguém. O isolamento fica sozinha pra mim tornou normal .Em casa aprendemos a lavar nossas roupas desde de pequeno pois meu pai fez um tanque bem baixo e aprendemos a trabalhar todos ajudava em casa para sobreviver!
ResponderExcluirHoje tenho 56 anos carrego essa angústia dentro de mim ,mas que venha sofrer quero descobrir tudo que meu avô, minha mãe , minha avó e meu pai passou na colônia Santa Isabel.
Pois o que viveu e foi tratado ,foi o que ele nós passou pra nós. Como eu era a mais nova sinto que sofrir mais .
Maria, bom dia. Que depoimento emocionante. Sugiro entrar em contato com o Centro de memória. Você tem muito a colaborar com as pesquisas e os trabalhos fantásticos de todo o Mohan ( Movimento de Reintegração do Hanseniano) em todo o Brasil. Faça isto. Um grande abraço
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