domingo, 9 de janeiro de 2022

Águas do céu

Há mais de 72 horas as chuvas caem sobre nossas regiões. Ora caem mais suavemente. Ora castigam os solos. 

As nascentes nas regiões mais altas, em Cristiano Otoni, Conselheiro Lafaiete e Congonhas descem engrossando seu leito com os pequenos riachos afluentes nas cidades de Jeceaba, Belo Vale e Brumadinho. - Neste momento o centro de Brumadinho já está todo tomado por águas.-

Nosso tão degradado Rio Paraopeba, mais uma vez, causando medo, horrores e desastres. A população ribeirinha correndo todos os riscos da implacável fúria das enchentes. O volume de água barrenta, suja e veloz, impiedosamente, sai arrastando tudo que obstruir sua passagem.

Mais uma vez, da minha casa em Mário Campos, assisto aterrorizada as fotos e vídeos, do que está acontecendo ao redor. Filho e amigos enviam mensagens querendo notícias. A sensação do "dejá vu" acelera os batimentos do peito. 

Há exatos três anos estava aqui esperando familiares e amigos para um almoço na manhã do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, da Vale. Foram momentos de desespero. Ficamos todos ilhados na região. Hoje vivemos tudo outra vez. Desta vez as chuvas sem trégua. As perguntas sem respostas. As inúmeras barragens das mineradoras aguentarão o volume crescente das águas? Os trabalhadores das mineradoras estão protegidos? Há segurança para todos os moradores nos entornos? O que as mineradoras e os governantes estão fazendo para minimizar os prováveis desastres? Esta e tantas outras perguntas estão dentro de cada um de nós. 

E o Rio Paraopeba desce arrastando tudo pela frente. Já transbordando na tão sofrida Colônia Santa Isabel, em Betim e logo chegará noutras cidades até desaguar na represa de Três Marias em Felixlândia.

Junte-se a todo esse drama a tragédia na cidade de Capitólio. O desabamento de um paredão sobre lanchas com turistas mata oito pessoas, deixa vários feridos e a tristeza para sempre. 

Dentro de mim há um coração acelerado. 


Manhã de domingo, dia 9 de janeiro de 2022

Um comentário:

  1. É um dejá vu D. Zarinha.
    A natureza é topo de cadeia está acima de nós. Ela sempre dá um jeito.

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