Ali estava um pedaço de mar, um desbarrancado de areia e algumas pedras grandes recebendo os batidos das ondas do mar. Ali estava a ponta mais ao sul da Ilha Comprida; voltada para o mar aberto. Um espetáculo de acelerar o coração e provocar um não sei o quê na alma. Tirei as fotos que quis. Gosto de fotos que tocam na gente. Ali estava a chamada Praia Da Trincheira, também conhecida como Praia dos Golfinhos. Onde eles se acasalam e tem seus filhotes. Vimos alguns deles brincando bem perto de nós.
(O parágrafo
acima estaria na metade desta crônica cujo início foi apagado quando cliquei
não sei em quais teclas deste medonho aparelho. Vou tentar partir daqui e fazer
a viagem ao inverso.)
Na
volta passamos pela moça e suas duas irmãs. Fora ela quem me ensinou o caminho e alertou
para os perigos daquela praia. “Ela afunda bem na praia e o mar puxa para
dentro dele.” Estavam a pé pela estrada de cinco quilômetros. Pegariam a balsa
até a ilha de Cananeia e, de lá, iriam para a cidade de Registro, onde moravam.
Lamentamos não ter espaço para as caronas.
Antes
meu irmão queria conhecer a estrada para a cidade de Pedrinhas margeando a
praia ao norte. Andamos por mais de quatro quilômetros sobre a areia molhada, bem junto
ao mar, em praias totalmente desertas. Tivemos que voltar porque as águas do mar estavam subindo rapidamente represando
as águas dos riachos doces. Minha irmã ficou apavorada temendo que o carro
agarrasse nas areias.
- “Na
areia é o contrário da terra. O carro agarra em areia seca, mas anda bem na
areia molhada. Na terra molhada o carro agarra no barro, mas anda bem na
poeira.” Assim explicou meu irmão. E vi exatamente que assim era.
(Chegando
em casa fui ver toda a orla da Ilha Comprida. Fiz outra viagem. Desta vez uma viagem
virtual.)
Na
noite anterior foi comemorado o aniversário do Samuel. Uma vela de oito anos
improvisada. Muitas pizzas deliciosas e um bolo de biscoito de chocolate. Tudo como
quis o menino. A alegria estava estampada no seu rostinho de anjo. Os pais
realizaram o pedido dele: queria uma viagem de presente de aniversário, junto
de sua família. Aqui gostaria de fazer um elogio e um palpite pessoal. As massas de São Paulo
são bem melhores que as nossas massas mineiras. E não poderia esquecer das “girellas”
de massa folhada recheadas com ricota e brócolis ou com quatro queijos que foram assadas para nosso lanche na noite anterior ao início da jornada pelas ilhas do sul de São Paulo.
Não conhecia tal guloseima. Estavam deliciosas.
Todos
prontos para nossa viagem de volta. Quatro carros em comboio. O quinto havia
voltado um dia antes. Os sobrinhos e suas companheiras precisavam retornar aos trabalhos. Desta vez a Casa do
Bolinho de Frango da Rose estava aberta. Paramos para degustar o famoso quitute.
Um bar bem simples no quilômetro 139 da rodovia Neguinho Fogaça, em plena Serra da Macaca,
no município de São Miguel Arcanjo. Dentro do bar havia uma pequenina loja de
artesanatos locais. Muita criatividade. Muitas cores. E o famoso suco de uvas “San
Raphael” produzido na região cujos vinhedos se espalham pelos arredores. Tudo estava
perfeito para mim. Café coado forte e quente. A decoração bem a caráter do interior
paulista. O atendimento tranquilo apesar do grande número de nós, turistas
mineiros. Com gentileza e rigor nos serviços. Enquanto terminávamos nosso repasto nos pareceu que o
céu estava desabando. Uma tempestade nos prendeu ali. Só comendo mais bolinhos
de frango com café ou suco de uva e comprar mais lembrancinhas. (https://restaurantguru.com.br/Casa-Do-Bolinho-De-Frango-Sao-Miguel-Arcanjo)
E
chegou a notícia da queda de uma árvore que interrompeu o tráfego nos dois
sentidos quando já estávamos na estrada. Então mais uma cena chamou atenção dos meus
olhos. Vários rapazes e moças de botas, calças jeans, chapéus, caminhando ou
correndo pelas margens do asfalto para desobstruírem a rodovia. Pareciam cenas
de filmes estadunidenses quando todos eles estavam de divertindo como se
dançassem na chuva com seus pares, machados e foices. Tal espetáculo ficou gravado
no meu mole coração
Uma caminhonete seguia à frente levando as terríveis motosserras. Meu irmão me lembrou do trabalho temporário do corte da cana e da colheita de laranjas que agrega jovens de toda aquela região.
Estrada desobstruída e lá continuamos nós até a histórica Itapetininga.
E finalmente conheci o tão falado Vale do Ribeira.
Uma viagem que deixou muitas
histórias e encontros de três gerações.
Acabou-se
o que era doce. Congratulo-me com todos os viajantes jovens que alegraram a comitiva. Em especial ao meu irmão, minha cunhada, a minha irmã, colega de quarto, assim como minha “menor filha” também pelos cuidados comigo em todos os momentos. Amo todos vocês.
Bromélias
Trilha das Bromélias
Praia da Trincheira ou dos Golfinhos e eu.
Praia da Trincheira
Praia da Trincheira - meu irmão e minha cunhada
Banheiro do Restaurante do bolinho de Frango Casa da Rose
Meu quarto na pousada Costa Azul
Flor no jardim da pousada
Seus textos me deixaram com vontade de fazer essa viagem.Você conseguiu fazê- la linda e deliciosa. Quanto às massas, a herança italiana explica a excelência. E se for à capital do estado, sugiro um jantar na Cantina Cê que Sabe, no Bexiga. Comida italiana, música italiana e cordialidade brasileira.
ResponderExcluirGostei muito do seu comentário e, quando for a São Paulo, certamente irei à Cantina Cê que Sabe. Obrigada pela dica.
ExcluirSeus textos me deixaram com vontade de fazer essa viagem.Você conseguiu fazê- la linda e deliciosa. Quanto às massas, a herança italiana explica a excelência. E se for à capital do estado, sugiro um jantar na Cantina Cê que Sabe, no Bexiga. Comida italiana, música italiana e cordialidade brasileira.
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