sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Conto infantil: Chiquinho e Balu

   Esta é uma história verdadeira que aconteceu com um menino e seu cachorrinho.

   Chiquinho era um menino muito feliz. Ele morava com sua mãe. O pai morava em outra cidade e vinha vê-lo de vez em quando. Sua mãe trabalhava muito e quase todos os dias. Às vezes até a noite inteira. E ele sempre ficava  na escola ou com as ajudantes que a mãe contratava para cuidar dele. Mas ele gostava mesmo era de brincar com a mãe.


    Todas as amigas e amigos de sua mãe admiravam ver a desenvoltura de Chiquinho e o achavam muito inteligente. A mãe dele, sempre que tinha alguma folga do trabalho, aproveitava as brincadeiras e ensinava sobre as cidades, os países e suas capitais e enfeitava as paredes de sua casa com mapas do estado onde morava, do pais e até do mundo inteiro. E Chiquinho e sua mãe viviam fazendo viagens imaginárias sem saírem de casa. Sabiam até das diferenças das horas entre os países que visitavam. Sabiam onde estava frio e onde era tempo de calor. Chiquinho prestava atenção e aprendia tudo.

   Mas depois de uns tempos Chiquinho começou a ficar calado e triste. Passou a não querer brincar com a mãe nem queria mais montar seus aviões com o LEGO. A mãe ficou muito preocupada.

   Levou o filho no pediatra que é o médico que cuida das crianças. A mãe achou que ele estava doente. O médico disse que ele estava sem amigos. Ficava muito tempo sozinho. “Ele precisa de um amigo”

   A mãe foi embora para casa pensando na orientação do doutor.

   “ Mas onde vou arrumar um amigo para meu filho? Todas as mães vivem este mesmo problema. É só trabalhar...trabalhar... e os filhos dentro de casa”.

   No dia seguinte decidiu comprar um cachorrinho para seu filho e acabou ganhando um filhote da raça dos Pastores alemães. Chiquinho logo ficou alegre e já queria escolher um nome para ele. Então deu-lhe o nome de Balu pois o cachorrinho era pretinho e lembrava o urso grande e grande amigo de Mogli, aquele menino Lobo.

   E a alegria voltou para Chiquinho que nem dormia para ficar brincando com Balu. E a mãe dele achou que tinha feito uma boa escolha. Chiquinho aprenderia a amar e respeitar os animais e não ficaria mais tão sozinho.

   Porém depois de algumas semanas Balu passou a ficar muito quietinho, começou a vomitar, deixou de comer e beber água. Chiquinho ficou alarmado e desinquieto quando o seu cachorrinho já nem conseguia mais se levantar. A mãe e ele pegaram Balu e o levaram ao veterinário, o Dr Marcos Veloso, um famoso médico de animais da cidade onde moravam.

   E logo o médico disse que Balu estava muito doente, com uma tal de Leptospirose e que ele deveria ficar internado para tomar soro e ser observado o tempo todo. Chiquinho voltou para casa igual seu cachorrinho, ou seja, quietinho, calado e muito triste. Ficou em casa esperando que Dr. Marcos telefonasse para dar notícias do Balu.

   No dia seguinte fora fazer uma visita ao seu filhote de pastor alemão e o médico falou que era muito grave. “Talvez seu cachorrinho não sobreviva”, foi assim que Dr. Marcos falou. Então Chiquinho pediu para voltar com ele para casa dizendo que cuidaria dele conforme as orientações médicas e lhe daria muito carinho. O médico concordou e Balu voltou para casa.

   Naquela e na próxima noite o menino ficou acordado para dar o soro e os remédios. Não desgrudou de Balu. Felipe, o primo do interior que estava passando alguns dias na casa do Chiquinho, ajudou muito nas tarefas e nos cuidados com o Balu. Mas na terceira noite seus olhos já não conseguiram ficar abertos e ele dormiu num colchão no chão, bem perto do cachorrinho. Então acordou com Balu lambendo seu rosto. A alegria foi muita. Chiquinho pegava Balu, chorava e ria ao mesmo tempo. Acordou o primo para contar a novidade.

   O tempo passou e Balu crescia tanto quanto Chiquinho. Os dois se tornaram grandes amigos. Balu ficava esperando Chiquinho chegar da escola e brincavam juntos até a noite. Quando Chiquinho ia fazer seu "Para Casa", Balu deitava ao seu lado e ficava esperando ele acabar para mais brincadeiras. Porém numa manhã ao sair de casa a mãe do Chiquinho esqueceu a porta aberta e Balu foi brincar no jardim. Quando voltaram, à tarde, para casa não encontraram mais o cachorrinho. Balu havia desaparecido. Chiquinho procurou seu Balu até se cansar e chorou até dormir. Ninguém dava notícias dele. O menino voltou a entristecer e sempre procurava o cachorrinho pelas ruas. Nunca mais viu o Balu.

   Dizem que até hoje a mãe do menino também chora pelo esquecimento da porta aberta e Chiquinho ainda chora de saudades do Balu.



28/06/2016

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