Esta é uma carta de amor a todo(a)s aquele(a)s que ainda tem, no passado, amores não vividos. E que, em 2018, continuemos nostálgicos e cheios de amor.
Meu amor
Meu amor
Minha inspiração desapareceu há exatos trinta dias. As
palavras provavelmente fizeram greve e se refugiaram no além. Entretanto eu, que
ainda continuo perdida, necessito de ambas para sobreviver aos imperativos que
brotam dentro de mim.
Procurar você por todos os lugares tem sido meu destino.
Procurar por suas palavras e desencontra-las tem sido meu cotidiano.
Afinal onde estamos nós?
Às vezes escuto dizerem que "águas passadas não movem moinhos". Ou
que "figurinha repetida não completa álbum". Simplesmente ignoro tais ditos e continuo procurando você.
Ai de mim não fossem as lembranças que trago de nós!
O que seria de mim não fosse meu preenchimento de ti? Para onde iria sem suas
palavras cheias de sentidos?
Insistir no que se foi? Insistir no que acabou? Remoer um
passado que não volta mais?
Não!!
Quem seria eu sem nossa história?
Quem seria eu sem nossa história?
Não sou uma pessoa resignada. Ouso reviver cada momento de sonho, de felicidade, de
esperanças, de puro prazer. E assim ter inspirações e palavras para escrever
cartas de amor; para escrever as reminiscências de um encontro entre dois
jovens sedentos de descobertas, de conhecimentos e de futuros.
Não há que se negar tudo aquilo que vivemos. E, tudo aquilo
que ainda não vivemos, posso decidi-lo com meu querer. E eu quero muito. Quero afagar
seus cabelos, hoje já tão poucos. Quero sentir o acariciar suave de suas mãos percorrendo todo meu corpo. Quero ouvir palavras escandalosas quando sentires o prazer que minhas
entranhas irão te proporcionar. Quero ter suas pernas cruzadas com as minhas.
Quero acordar com todo seu corpo quente acolhido ao meu.
Como podem querer que eu recuse sonhar meus sonhos?
Apenas os sonhos sabem os caminhos de nós. Então me deixem
sonhar. E eu hei de querer sempre sonhar conosco.
Pois bem, ontem, um pretenso amor telefonou me dizendo belas palavras de
amor e desejando um ano novo cheio de poesias. Agradeci o carinho e dormi
pensando no amor que ele me deposita sem
quaisquer cobranças. Ama-me apenas pelo “seu dom” como falou ao telefone.
Meu amor... Eu, imperiosamente, grito "te amo".
E terminando, desejo a todos nós amantes uns dos outros,
um ano de 2018 cheio de Carlos Drummond de Andrade conforme o belíssimo poema abaixo.
Quadrilha
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Assinado: Amantes poéticas
Conselheiro Lafaiete, 31 de dezembro de 2017
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