terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Crônica: 50 anos - Uma Festa


(Pausa para "Coisas de Família")


















Boa tarde a todos e a todas. 

Certamente era um final de ano, talvez 1990.

Eu chegava à casa dos meus pais acompanhada do meu filho pequeno, Francisco. Encontrei meus pais muito felizes com a chegada do filho tão querido e sempre tão longe da família. Zé Eugênio saíra muito cedo de casa. Foi um menino daqueles que só “Deus me acuda” ou
“Deus me livre". Deu variados trabalhos desde que deixou de andar de quatro. Por outro lado o menino era um filho muito amoroso.

Ainda bem que temos a lei da compensação.

Pois bem, ali estavam meus pais e o filho talvez pródigo, se assim podemos nomeá-lo. Mas não é desse filho que ora quero falar. Quero falar da primeira vez que vi uma certa mocinha.

O anúncio já havia sido feito: “Zé Eugênio trará sua namorada.”

Quem será? Como será? Eram minhas perguntas.

Havia acompanhado os derradeiros passos do irmão que eu tanto amava e protegia.

E agora? O que será?

Cheguei bem devagar naquele quarto dentro do outro quarto.

E lá estava ela. Sentada com as pernas esticadas sobre uma das camas de solteiro. Únicos modestos móveis naquele espaço. Estava absorta com um livro nas mãos. Obviamente foi aceitação à primeira vista. Ela era linda. Uma menina. Linda menina.

A partir daí nasceria uma relação de cunhada e de amiga. Se ela fizesse meu irmão feliz estaria tudo bem. Só que ela fizera muito mais do que isto:

Ela deu-lhe três filhos. Ela teve sabedoria para lidar com todos os tipos de sentimentos advindos de um casamento. Ela transformou-se e transformou meu irmão num excelente pai e marido. 
Ela, pois, fez muito mais do que tudo isto:  Ela deu-lhe o estatuto de pai e de homem. 

Nunca foi fácil ser homem. Sabemos disto.

Mais difícil do que ser homem na nossa civilização e na contemporaneidade, é ser mulher.

Ela tem seus defeitos. Ainda bem. Gente perfeita é muito chata como dizia Nise da Silveira, grande psiquiatra humanista, minha inspiradora. Acredito que tem pago preços bem altos para atravessar esses defeitos. Afinal todos nós pagamos. Entretanto ela consegue ser maior que seus defeitos. Faz deles degraus para se tornar uma pessoa ainda melhor.
Carinhosa quando se faz necessário

Companheira quando é solicitada.

Justa quando percebe que faz a diferença.

Escandalosa quando está muito alegre ou sob efeito de alguma bebida.

Maternal quando alguém está sofrendo.

Perigosa se está no cio.
Discreta quando o assunto não lhe diz respeito. 

Otávio, Rodolfo e Henrique, parabéns por terem escolhido esta mulher para nascerem dela.

Zé Eugênio, parabéns pela escolha de sua companheira.

Tatiana, reconheça nela desde sempre, a “TiaMãe” que nunca te desamparou e que te acolheu como filha.

Mary, Marina e Wilder, cuide bem de seus amores, pois para esta mulher vale o ditado “quem beija meus filhos adoça a minha boca”.

Cida, a melhor de todas. Continue ao lado desta mulher e obrigada pelo carinho para com todos nós.

Tatiana Matarazo, Shigueco, Marly, Mari e outras tantas amigas, vocês tem a melhor amiga que poderíamos ter.

Fábio, Ricardo, Carlos, Jesus e Júlio, cuidem bem da patroa de vocês. Não encontrarão outra igual.

João Carlos, Milton Eduardo, Ademir, Beth, Delma, Jorge, Eugênio, Mirian, Aninha, Juninho, Juliana, Flávia, Wanderley, Lucas, Luíz:

com o "Carvalho", esta cinquentona representa a família com a mesma nobreza da árvore canadense. E vai muito mais além. Ela tem o calor humano e a alegria do brasileiro. Tem a docilidade e o mistério dos mineiros. E tem a garra do trabalhador paulista. 

Parabéns Família Carvalho.

Vocês estão muito bem representados.

Quero terminar dizendo que admiro e leio muito sobre as grandes mulheres da humanidade. E que tenho o prazer de conviver com uma elas.

Admiro muito você: Alda Lúcia.

Um abraço


Itapetininga (SP), 19 de janeiro de 2019

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