segunda-feira, 4 de maio de 2020

Aldir Blanc é vencido pelo Coronavírus



Leitores

Nesta manhã fomos informados da morte do colega médico, psiquiatra e grande compositor, Aldir Blanc. 

Há quinze dia lemos, com muita tristeza, o apelo de seus familiares pedindo um leito de UTI na cidade do Rio de Janeiro. 

Portador de diabetes e na faixa etária de risco para o Coronavírus, nosso poeta da música se foi.

Logo a seguir um amigo e colega médico, num grupo de rede social, nos envia a letra da música abaixo sugerindo que eu a publicasse pois estaria em conformidade com as paixões dos meus contos.

Aceitei a sugestão dizendo-lhe que, coincidentemente, é uma canções de Aldir Blanc que escuto com maior frequência.

E é publicando esta letra que agradeço e homenageio Aldir Blanc. 

Muito obrigada por ter vivido conosco e nos presenteado com tanta poesia.




Resposta ao tempo

“Batidas na porta da frente é o tempo

Eu bebo um pouquinho pra ter argumento

Mas fico sem jeito, calado, ele ri

Ele zomba do quanto eu chorei

Porque sabe passar e eu não sei

Um dia azul de verão, sinto o vento

Há folhas no meu coração é o tempo

Recordo um amor que perdi, ele ri

Diz que somos iguais, se eu notei

Pois não sabe ficar e eu também não sei

E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos

Que amores terminam no escuro, sozinhos

Respondo que ele aprisiona, eu liberto

Que ele adormece as paixões, eu desperto

E o tempo se rói com inveja de mim

Me vigia querendo aprender

Como eu morro de amor pra tentar reviver

No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer

Eu posso, ele não vai poder me esquecer”



(Obrigada a você também, Felício, por este presente)

Foto: Cine Teatro Central (Juiz de Fora - MG, minha autoria)

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