Leitores
Nesta manhã fomos informados da morte do colega médico, psiquiatra e grande compositor, Aldir Blanc.
Há quinze dia lemos, com muita tristeza, o apelo de seus familiares pedindo um leito de UTI na cidade do Rio de Janeiro.
Portador de diabetes e na faixa etária de risco para o Coronavírus, nosso poeta da música se foi.
Logo a seguir um amigo e colega médico, num grupo de rede social, nos envia a letra da música abaixo sugerindo que eu a publicasse pois estaria em conformidade com as paixões dos meus contos.
Aceitei a sugestão dizendo-lhe que, coincidentemente, é uma canções de Aldir Blanc que escuto com maior frequência.
E é publicando esta letra que agradeço e homenageio Aldir Blanc.
Muito obrigada por ter vivido conosco e nos presenteado com tanta poesia.
Resposta ao tempo
“Batidas na porta da frente é o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei
Um dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração é o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro, sozinhos
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder me esquecer”
(Obrigada a você também, Felício, por este presente)
Foto: Cine Teatro Central (Juiz de Fora - MG, minha autoria)
Foto: Cine Teatro Central (Juiz de Fora - MG, minha autoria)
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