Neste domingo, enquanto espero meu neto chegar e ouvi-lo me chamar de vovó, fico cá a pensar no vazio de cada um de nós que essa pandemia escancarou.
Aqueles cuja negação da funesta doença continuam, desnecessariamente, circulando pelas ruas não puderam e, talvez, jamais poderão sentir esse volteio interno em nós.
Lamentável quando nos acovardamos diante da possibilidade deste reencontro de cada sujeito consigo mesmo nesse momento "sublime" que nos é dado (imposto?).
Essas pessoas continuam expostas ao contágio e à transmissão deste Coronavírus para familiares, colegas de trabalho, amigos e, quiçá, continuam expostas à morte.
Pois bem, estou a falar da Covid19 que, neste outono, poderá matar ainda muitos milhares de brasileiros por ignorância ou por encarnar as palavras de um presidente desqualificado, impiedoso, que leva a morte de seus seguidores e de todo seu povo.
Vale lembrar que o Brasil tem o maior, mais amplo e bem implantado serviço de saúde pública do mundo, com profissionais altamente qualificados, com prestação de atendimentos em todas as áreas da saúde, com um plano nacional de imunização (PNI) invejado por todos os países e com financiamento garantido pela constituição federal.
Entretanto, nosso povo está morrendo afogado, sem oxigênio. O planeta “água” pegou fogo, as geleiras choram lágrimas vulcânicas. Os animais estão morrendo de fome, de sede e sem habitat. O surgimento de novas cepas de vírus e espécies de bactérias não é sem razão. O homem está se matando. Não sem ter sido avisado.
Não consigo ver nada além de uma vacinação lenta, precária e que, sabemos, não trará a esperada imunização contra o contágio nem a desesperada imunização contra a ignorância. Neste quesito só a educação pública e de boa qualidade salva.
Porém, diante da falta de luzes das ciências em meu país, ainda posso olhar no meu pequeno entorno. Ainda posso assistir ao sobrevoo raso dos tucanos procurando alimentos, das rolinhas, dos sanhaços, dos tico-ticos e canários beliscando os grãos bem na porta da minha cozinha. Ainda posso levantar saudável numa manhã qualquer e cuidar de mim. Ainda faço longas viagens para dentro das minhas lembranças. Ainda ando bem acompanhada dos grandes escritores. Ainda espero as folhas velhas das minhas árvores colorirem o solo dos encantadores tons do outono.
E, além da vacina, ainda espero meu neto chegar.
Lamentável quando nos acovardamos diante da possibilidade deste reencontro de cada sujeito consigo mesmo nesse momento "sublime" que nos é dado (imposto?).
Essas pessoas continuam expostas ao contágio e à transmissão deste Coronavírus para familiares, colegas de trabalho, amigos e, quiçá, continuam expostas à morte.
Pois bem, estou a falar da Covid19 que, neste outono, poderá matar ainda muitos milhares de brasileiros por ignorância ou por encarnar as palavras de um presidente desqualificado, impiedoso, que leva a morte de seus seguidores e de todo seu povo.
Vale lembrar que o Brasil tem o maior, mais amplo e bem implantado serviço de saúde pública do mundo, com profissionais altamente qualificados, com prestação de atendimentos em todas as áreas da saúde, com um plano nacional de imunização (PNI) invejado por todos os países e com financiamento garantido pela constituição federal.
Entretanto, nosso povo está morrendo afogado, sem oxigênio. O planeta “água” pegou fogo, as geleiras choram lágrimas vulcânicas. Os animais estão morrendo de fome, de sede e sem habitat. O surgimento de novas cepas de vírus e espécies de bactérias não é sem razão. O homem está se matando. Não sem ter sido avisado.
Não consigo ver nada além de uma vacinação lenta, precária e que, sabemos, não trará a esperada imunização contra o contágio nem a desesperada imunização contra a ignorância. Neste quesito só a educação pública e de boa qualidade salva.
Porém, diante da falta de luzes das ciências em meu país, ainda posso olhar no meu pequeno entorno. Ainda posso assistir ao sobrevoo raso dos tucanos procurando alimentos, das rolinhas, dos sanhaços, dos tico-ticos e canários beliscando os grãos bem na porta da minha cozinha. Ainda posso levantar saudável numa manhã qualquer e cuidar de mim. Ainda faço longas viagens para dentro das minhas lembranças. Ainda ando bem acompanhada dos grandes escritores. Ainda espero as folhas velhas das minhas árvores colorirem o solo dos encantadores tons do outono.
E, além da vacina, ainda espero meu neto chegar.
04/04/2021
“A terra me chamou de Poeta e o eco no céu respondeu, Profeta” (Victor Hugo)
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